sábado, 16 de fevereiro de 2013

Segue-me



Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: “Eu te seguirei por onde quer que fores”. Jesus respondeu: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”. A outro disse: “Siga-me”. Mas o homem respondeu: “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai”. Jesus lhe disse: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus”. Ainda outro disse: “Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e despedir-me da minha família”. Jesus respondeu: “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”. (Lucas 9:57-62 NVI)

Ao lermos o capítulo 9 de Lucas, podemos ver que foi um capítulo bastante movimentado. Jesus multiplica os pães para uma multidão, cura enfermos, é transfigurado no monte diante de três dos seus discípulos, se dirige a Jerusalém, não é aceito em uma aldeia samaritana e tem que se dirigir a outra aldeia, e por fim, no caminho, encontra estas três pessoas de que o texto nos conta.

Existem várias maneiras de nos relacionarmos com Jesus, e em todas elas sabemos que Ele nos faz o bem, Ele nos abençoa, nos alimenta, nos conforta, nos cura. De todas estas manifestações de autoridade de Jesus, entre todos os milagres, está uma manifestação mais sutil, talvez menos impressionante, menos virtuosa, porém que me chama à atenção neste momento pelo impacto que tem sobre nossas vidas.

Esta ação de Jesus é o chamado: "segue-me". Como é simples compreendermos um milagre, uma manifestação de poder, de glória, de cura divina. São de fato momentos gloriosos que marcam a história dos que estão presentes, daqueles que receberam um favor da parte de Deus. O chamado "segue-me", no entanto, é algo de muito maior profundidade, muito maior transcendência, e cuja compreensão e ação responsiva não é algo estanque, imediato, único. Porém responder a este chamado nos fazer questionar a própria essência de quem nós somos, de quais são os nossos valores, o que é importante e o que é prioridade em nossos coração.

"Segue-me". Uma simples expressão que nos leva à mais profunda reflexão. Um simples chamado com poder de atingir nosso espírito e alma de uma maneira que nunca antes poderíamos avaliar. Tantas coisas em jogo! Tantas perguntas! É Jesus nos chamando para algo mais alto, algo precioso, algo inescrutável. Ainda, no que nos mais aflige: algo que não conhecemos, algo de que temos medo, algo que nos desafia a vermos além de nossa própria individualidade.

A degradação social e moral que temos visto crescer à nossa volta, se você e eu pararmos para avaliar, vem do fato de que cada vez mais o individualismo é buscado e pregado, e cada vez menos limites existem para o que alguém pode desejar e alcançar. Entretanto estas coisas nos prendem a uma vida sem sentido, que poderia seguir seu rumo em direção ao túmulo sem conhecer nada além de si mesmo, de seus desejos, de seus egoísmos.

"Segue-me", disse Jesus. Jesus nos convida a abandonarmos o nosso próprio caminho e seguir o caminho dEle; ou melhor, o caminho que é Ele mesmo. Ele nos convida a parar de decidirmos por onde vamos andar, onde vamos comer, onde vamos dormir, quais são nossos sonhos e ambições, a fim de viver e caminhar conforme o que Ele viver e caminhar. Simples expressão, mas como uma espada de dois gumes atravessa a alma humana, nos levando aos mais profundos questionamentos.

Como eu responderia? Como você responderia? Será que somos capazes de largar o vazio de nossas prioridades de vida? Será que somos capazes de enxergar o quanto sem sentido nossa busca se torna quando vivemos em torno de nós mesmos? Será que somos capazes de atender a este chamado?

"Segue-me", Jesus nos diz hoje.